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terça-feira, 25 de abril de 2017

Homilia Padre Vilson Groh (23/4/2017)

Senhor, nos conceda a graça do bom humor

Jesus é o símbolo da misericórdia, a tal ponto que deu sua vida por amor a cada um de nós. Por isso, devemos valorizar o dom de nossa vida.

Lembrando que quem tem amor no coração não fica na escuridão. Por amor, amanhece e faz acontecer o dia, faz sua história, faz o seu movimento.

A ressurreição de Cristo  é gesto de partilha. Jesus escolheu seus discípulos e os convidou a segui-lo. Assim, a formação de uma comunidade é uma aposta de fraternidade.


Devemos nos inserir na realidade da vida da cidade, sem nos alienar. Vamos nos abrir para o outro, com gestos de amor e gratuidade. Vamos brilhar e levar luz para o próximo, sem ter medo de amar.

Vamos nos permitir ser encontrados por Ele, sem resistir a esse encontro e abrindo o coração com confiança. Encontramos Cristo através dos gestos.

Aproveitemos para pedir a graça do bom humor, de sorrir e tocar a vida, vivendo lindamente.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Reflexão do Pe. Vilson Groh

Como os discípulos de Emáus, 
devemos propiciar o “sermos encontrados”

Os discípulos de Emáus tiveram certa resistência para entender o processo do Ressuscitado e compreender a Ressurreição.

A primeira comunidade cristã teve, realmente, muita dificuldade, de entender a luz do Ressuscitado e assimilar a presença d’Ele.

Por isso, o primeiro ponto desta reflexão é que a gente tem que se deixar “ser encontrado” por Ele, por esse grande mistério.
E a partir daí, desencadear o processo, o caminho.

Quando os discípulos não colocaram resistência ao mestre, deixaram-se “ser encontrados” por Ele, e o convidaram para entrar em casa.
Disseram: “Fica conosco, já é tarde”. E a partir desse momento fizeram o processo de caminho. E quando Ele partilha o pão, os olhos se abriram e disseram: “É o Senhor!”.

Participar ativamente dos processos sociais é uma forma de ser presença de partilha.
Quando somos capazes de pisar na realidade sofrida e injustiçada, sem naturalizar a injustiça social, seremos capazes de partilhar o bem-comum e torná-lo um bem de acesso, de direito, para todos.

Por isso, romper com o processo de indiferença e olhar o outro como uma presença d’Ele requer de nós superar a resistência.
Porque se colocamos resistência não conseguimos ver a beleza do outro.
Não descobrimos o mistério das coisas que a vida nos proporciona.

Caminhar com Ele é abrir-se a essa realidade. É recriar, renovar, renascer.
É olhar sempre esses nossos projetos sociais, nossos trabalhos, com olhos novos.
É romper com os vícios e as velhas práticas e se renovar constantemente a partir desse relacionamento.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Homilia Padre Vilson Groh (16/4/2017)

Ele ressuscitou e renovou a nossa esperança

Devemos seguir o exemplo de Madalena, ela foi amiga de Jesus. Como narrado no Evangelho de São João, devemos madrugar, fazer movimento e caminhar. Pois quem ama, madruga, caminha, vai ao encontro.
Só entendemos a dor do outro passando por suas feridas, suas dores.  Dessa forma podemos repetir os gestos de Jesus, pois ressurreição é gesto.
Devemos retomar o caminho e renascer. Olhar a vida com olhos lindos e viver lindamente. Somos convidados a nos alimentar de Jesus e a fazer dele nossa luz.
Quem segue Jesus não tem medo.  Abraça - é ombro - acompanha e partilha.  Lembrando que vida é esperança, é justiça, é partilha e inclusão social.

Jesus envolveu-se com nossa pele humana habitando entre nós. Fez de sua vida um serviço de lava-pés na escuta e no acolhimento de cada grito humano.
Acompanhou cada grito amando até o fim para resgatar a pele da dignidade humana com a expressão: “Levanta-te e anda”.
Na cruz frutificou com seu grande grito: “Por que me abandonaste?”. Essa pergunta iluminou a humanidade com a ressurreição.
Ressurreição com gestos concretos e discretos, retomando a alegria dos seus com a força do seu Espírito.

Essa é a razão da nossa esperança, que nos faz diariamente assumirmos os gritos da cidade e juntos protagonizar - através de ações - os caminhos do ressuscitado nas pontes que se  articulam e constroem o elo de oportunidade, iluminando a periferia e o centro.
Você deve ser um elo desta corrente do Bem!

Para esta semana vamos pedir a graça da disponibilidade, da gratuidade e assim viver lindamente.








quarta-feira, 12 de abril de 2017

Para Francisco, Jesus é a semente da nossa esperança 
(12/4/2017)

O Papa concedeu audiência geral aos fiéis na Praça São Pedro, nesta quarta-feira, 12. Sol e temperatura de primavera aqueceram o encontro e, em sua catequese, Francisco recordou o ingresso de Jesus em Jerusalém, celebrado no Domingo de Ramos.

“Quem podia imaginar que aquele que entrou triunfante na cidade teria sido humilhado, condenado e morto na cruz?”, questionou Francisco aos fiéis. “As esperanças daquele povo se desmancharam diante da cruz; mas nós cremos que precisamente Nele, crucificado, a nossa esperança renasceu. Que esperança é essa?”.

A frase que pode nos ajudar a entender esta esperança foi pronunciada justamente por Jesus depois de entrar em Jerusalém: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”.

A esperança tem a forma de uma semente
Jesus, explicou o Papa, trouxe ao mundo uma nova esperança, com o formato de uma semente: se fez pequeno, como um grão de trigo; deixou a sua glória celeste para vir entre nós: “caiu na terra”. Mas não era suficiente.
“Se alguém de vocês me perguntar: como nasce a esperança? Da cruz. Olhe para a cruz, olhe para cristo crucificado e dali virá a esperança que jamais desaparece.”

A transformação da Páscoa
Para produzir fruto, Jesus viveu o amor até o fim, deixando-se romper pela morte como uma semente sob a terra.
Justamente ali, no ponto extremo do seu abaixamento – que é também o ponto mais alto do amor – brotou a esperança.
Assim, na Páscoa, Jesus transformou o nosso pecado em perdão, a nossa morte em ressurreição, o nosso medo em confiança. Esta é a transformação da Páscoa. “Eis o porquê ali, sobre a cruz, nasceu e renasce sempre a nossa esperança.”
“A esperança supera tudo, porque nasce do amor de Jesus”, prosseguiu Francisco. Quando escolhemos a esperança de Jesus, aos poucos descobrimos que o melhor modo de viver é o da semente, do amor humilde. Não há outro modo de vencer o mal e dar esperança ao mundo.

Cruz: única lógica que pode vencer o mal
Parece uma lógica falida, porque quem ama perde poder. Já para nós, possuir sempre nos leva a querer sempre mais. “Quem é voraz jamais está satisfeito”, recordou o Papa.
E Jesus diz de modo claro: “Quem ama a própria vida a perde”, ou seja: quem ama o próprio e vive por seus interesses, se enche de si e se perde. Quem ao invés aceita, é disponível e serve os outros, salva si mesmo e se torna semente de esperança para o mundo.
Contudo, a cruz é uma passagem obrigatória, mas não é a meta: a meta é a glória, como nos mostra a Páscoa. É como uma mulher que, para dar à luz, sofre no parto. “É o que fazem as mães: dão outra vida. Sofrem, mas ficam felizes porque dão outra vida, dão sentido à dor. O amor é o motor que move a nossa esperança”, repetiu três vezes Francisco.

Lição de casa: contemplar o Crucifixo

“Queridos irmãos e irmãs, nesses dias deixemo-nos envolver pelo mistério de Jesus que, como grão de trigo, morrendo nos doa a vida. Ele é a semente da nossa esperança. Quero lhes dar uma lição de casa: Nos fará bem contemplar o Crucifixo e dizer-lhe: Contigo nada está perdido. Contigo posso sempre esperar. Tu és a minha esperança”. E convidou os fiéis a repetirem a última frase juntos: “Tu és a minha esperança”.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Homilia Padre Vilson Groh (9/4/2017)

Senhor, onde precisas de mim?

Ao entrar em Jerusalém, Jesus caminha com seus gestos de acolhimento.
Ele mostra toda a sua humildade, ao montar num jumento, e não num cavalo, na época, símbolo de força e guerra.

Igual a Jesus, precisamos dar sinais de solidariedade e de Cristianismo através dos gestos, não com as nossas palavras.

É com nossos gestos que acendemos a luz e, assim, vamos abrindo caminhos e possibilidades de ressurreição, construindo pontes e não muros.
Dessa forma, também nos comprometemos com os outros.

O Papa nos disse: “Vale a pena olhar o mundo com olhos lindos, e viver lindamente a nossa vida”.

Por isso, nesta semana peçamos a Jesus a graça de voltar para ele e perguntar: “O que queres de mim? Onde precisas de mim?”.
Ele responderá, não tenha dúvida.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Para o Papa, Jesus é a plenitude da lei com a misericórdia e o perdão (3/4/2017)

“Jesus, que julga com misericórdia, é a plenitude da lei”, disse o Papa Francisco na missa matutina celebrada, nesta segunda-feira (03/04), na Casa Santa Marta.

O Papa refletiu em sua homilia sobre o Evangelho de João que propõe o trecho em que Cristo, a propósito da mulher surpreendida em adultério, diz a quem a acusa: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”.

O Pontífice se deteve também na 1ª Leitura, extraída do Livro do Profeta Daniel, dedicada a Susana que foi vítima de dois juízes anciãos do povo que orquestraram contra ela um “adultério falso, fictício”.
Ela é obrigada a escolher entre “fidelidade a Deus e à lei” e “salvar a vida”. “Era fiel ao marido”, disse o Papa. “Talvez tivesse outros pecados, pois todos somos pecadores”.

Nos dois episódios se encontram “inocência, pecado, corrupção e lei”, pois nos os juízes eram corruptos.

“Sempre existiram no mundo juízes corruptos. Existem também hoje em todas as partes do mundo. Por que a corrupção chega a uma pessoa?
Uma coisa é o pecado: eu pequei, escorreguei, sou infiel a Deus, mas procuro não fazer mais ou procuro me ajeitar com o Senhor ou pelo menos sei que isso não é bom.
Outra é a corrupção. Existe corrupção quando o pecado entra, entra na consciência e não deixa lugar nem mesmo para o ar.”

No caso da verdadeira adúltera, quem a acusa são outros juízes que “tinham perdido a cabeça”, fazendo crescer neles uma interpretação tão rígida da lei que não deixava espaço ao Espírito Santo”.
Ou seja, a corrupção da legalidade, contra a graça.
Depois, temos Jesus, verdadeiro Mestre da lei diante de falsos juízes que tinham o coração pervertido ou que davam sentenças injustas “oprimindo os inocentes e absolvendo os malvados”:

“Jesus diz poucas coisas, poucas coisas. Diz: ‘Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra’. E à pecadora diz: Eu não te condeno. Não peques mais’.
Esta é a plenitude da lei, não a dos escribas e fariseus que tinham a mente corrompida, fazendo várias leis sem deixar espaço à misericórdia. Jesus é a plenitude da lei e Jesus julga com misericórdia.”

Deixando livre a mulher inocente, a quem Jesus chama de “Mãe” porque, explicou Francisco, “a sua mãe é a única inocente”, saem palavras não bonitas da boca do profeta em relação aos juízes: encarquilhados nos vícios, no mal.
O Papa convidou a pensar na maldade com a qual os nossos vícios julgam as pessoas:

Nós também julgamos os outros no coração, hein? Somos corruptos? Ou ainda não? Parem. Paremos e olhemos Jesus que sempre julga com misericórdia: Eu também não te condeno. Podes ir em paz, e não peques mais.”
Homilia Padre Vilson Groh (2/4/2017)

Como Marta e Maria, nós também devemos ir ao encontro do outro

O Espírito de Deus mora em nós. A exemplo de Marta e Maria devemos professar nossa fé em Cristo Jesus.

Os textos do período da Quaresma são narrativas de encontros. Revelam a importância de se permitir envolver e ser envolvido, tocar e ser tocado pela misericórdia de Deus. Amar e ser amado, olhar para cada pessoa que passar pelo nosso cotidiano.

Marta questionou Jesus e Ele se revelou dizendo que é a ressurreição e a vida. Jesus se comoveu com o sofrimento das irmãs pela morte de seu amigo Lázaro e também chorou.
O Papa Francisco diz que devemos ser capazes de chorar e de se comover com a dor do outro. Que devemos sair, ir ao encontro, revelar a vida e cultivar a esperança. Que devemos desatar os nos, as pedras, de nossas vidas que nos impedem de sermos felizes, para viver a realidade do ressuscitado.

Temos sede do amor de Deus, de ver o mundo melhor e com mais dignidade para todos. Devemos fazer nosso percurso de vida com amorosidade. E viver por amor, sermos presença de esperança e perspectiva. Viver com coragem o momento presente, que é uma dádiva que recebemos.

Proposição para próxima semana:
1 - Envolver-se com o outro, sem medo.
2 - Acompanhar as pessoas (de casa, os amigos e a comunidade).
3 - Frutificar o amor (desinteressado e gratuito).
4 - Celebrar o crescimento do outro e perceber a beleza dos passos dados.

Evangelho segundo S. João 11,1-45.
Naquele tempo, estava doente certo homem, Lázaro de Betânia, aldeia de Marta e de Maria, sua irmã.
Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com perfume e Lhe tinha enxugado os pés com os cabelos. Era seu irmão Lázaro, que estava doente.
As irmãs mandaram então dizer a Jesus: «Senhor, o teu amigo está doente».
Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho do homem».
Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de Lázaro.
Entretanto, depois de ouvir dizer que ele estava doente, ficou ainda dois dias no local onde Se encontrava.
Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo para a Judeia».
Os discípulos disseram-Lhe: «Mestre, ainda há pouco os judeus procuravam apedrejar-Te, e voltas para lá?».
Jesus respondeu: «Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo.
Mas, se andar de noite, tropeça, porque não tem luz consigo».
Dito isto, acrescentou: «O nosso amigo Lázaro dorme, mas Eu vou despertá-lo».
Disseram então os discípulos: «Senhor, se dorme, estará salvo».
Jesus referia-se à morte de Lázaro, mas eles entenderam que falava do sono natural.
Disse-lhes então Jesus abertamente: «Lázaro morreu;
por vossa causa, alegro-Me de não ter estado lá, para que acrediteis. Mas vamos ter com ele».
Tomé, chamado Dídimo, disse aos companheiros: «Vamos nós também, para morrermos com Ele».
Ao chegar, Jesus encontrou o amigo sepultado havia quatro dias.
Betânia distava de Jerusalém cerca de três quilómetros.
Muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria, para lhes apresentar condolências pela morte do irmão.
Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa.
Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido.
Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá».
Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará».
Marta respondeu: «Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia».
Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá;
e todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá. Acreditas nisto?».
Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».
Dito isto, retirou-se e foi chamar Maria, a quem disse em segredo: «O Mestre está ali e manda-te chamar».
Logo que ouviu isto, Maria levantou-se e foi ter com Jesus.
Jesus ainda não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar em que Marta viera ao seu encontro.
Então os judeus que estavam com Maria em casa para lhe apresentar condolências, ao verem-na levantar-se e sair rapidamente, seguiram-na, pensando que se dirigia ao túmulo para chorar.
Quando chegou aonde estava Jesus, Maria, logo que O viu, caiu-Lhe aos pés e disse-Lhe: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido».
Jesus, ao vê-la chorar, e vendo chorar também os judeus que vinham com ela, comoveu-Se profundamente e perturbou-Se.
Depois perguntou: «Onde o pusestes?». Responderam-Lhe: «Vem ver, Senhor».
E Jesus chorou.
Diziam então os judeus: «Vede como era seu amigo».
Mas alguns deles observaram: «Então Ele, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não morresse?».
Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada.
Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias».
Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?».
Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido.
Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste».
Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora».
O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir».
Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele.