Homilia Padre Vilson Groh (2/4/2017)
Como Marta e Maria, nós também devemos ir ao encontro do
outro
O Espírito de Deus mora em nós. A exemplo de
Marta e Maria devemos professar nossa fé em Cristo Jesus.
Os textos do período da Quaresma são narrativas de encontros. Revelam a importância
de se permitir envolver e ser envolvido, tocar e ser tocado pela misericórdia
de Deus. Amar e ser amado, olhar para
cada pessoa que passar pelo nosso cotidiano.
Marta questionou Jesus e Ele se revelou
dizendo que é a ressurreição e a vida. Jesus
se comoveu com o sofrimento das irmãs pela morte de seu amigo Lázaro e
também chorou.
O Papa Francisco diz que devemos ser capazes
de chorar e de se comover com a dor do outro. Que devemos sair, ir ao encontro,
revelar a vida e cultivar a esperança.
Que devemos desatar os nos, as pedras, de nossas vidas que nos impedem de
sermos felizes, para viver a realidade do ressuscitado.
Temos sede do amor de Deus, de ver o mundo
melhor e com mais dignidade para todos. Devemos fazer nosso percurso de vida
com amorosidade. E viver por amor,
sermos presença de esperança e perspectiva. Viver com coragem o momento
presente, que é uma dádiva que recebemos.
Proposição para próxima semana:
1 - Envolver-se com o outro, sem medo.
2 - Acompanhar as pessoas (de casa, os amigos
e a comunidade).
3 - Frutificar o amor (desinteressado e
gratuito).
4 - Celebrar o crescimento do outro e
perceber a beleza dos passos dados.
Evangelho segundo S. João 11,1-45.
Naquele tempo, estava doente certo homem,
Lázaro de Betânia, aldeia de Marta e de Maria, sua irmã.
Maria era aquela que tinha ungido o Senhor
com perfume e Lhe tinha enxugado os pés com os cabelos. Era seu irmão Lázaro,
que estava doente.
As irmãs mandaram então dizer a Jesus:
«Senhor, o teu amigo está doente».
Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é
mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho
do homem».
Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de
Lázaro.
Entretanto, depois de ouvir dizer que ele
estava doente, ficou ainda dois dias no local onde Se encontrava.
Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo
para a Judeia».
Os discípulos disseram-Lhe: «Mestre, ainda há
pouco os judeus procuravam apedrejar-Te, e voltas para lá?».
Jesus respondeu: «Não são doze as horas do
dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo.
Mas, se andar de noite, tropeça, porque não
tem luz consigo».
Dito isto, acrescentou: «O nosso amigo Lázaro
dorme, mas Eu vou despertá-lo».
Disseram então os discípulos: «Senhor, se
dorme, estará salvo».
Jesus referia-se à morte de Lázaro, mas eles
entenderam que falava do sono natural.
Disse-lhes então Jesus abertamente: «Lázaro
morreu;
por vossa causa, alegro-Me de não ter estado
lá, para que acrediteis. Mas vamos ter com ele».
Tomé, chamado Dídimo, disse aos companheiros:
«Vamos nós também, para morrermos com Ele».
Ao chegar, Jesus encontrou o amigo sepultado
havia quatro dias.
Betânia distava de Jerusalém cerca de três
quilómetros.
Muitos judeus tinham ido visitar Marta e
Maria, para lhes apresentar condolências pela morte do irmão.
Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar,
Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa.
Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses
estado aqui, meu irmão não teria morrido.
Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires
a Deus, Deus To concederá».
Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará».
Marta respondeu: «Eu sei que há de
ressuscitar na ressurreição do último dia».
Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá;
e todo aquele que vive e acredita em Mim
nunca morrerá. Acreditas nisto?».
Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és
o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».
Dito isto, retirou-se e foi chamar Maria, a
quem disse em segredo: «O Mestre está ali e manda-te chamar».
Logo que ouviu isto, Maria levantou-se e foi
ter com Jesus.
Jesus ainda não tinha chegado à aldeia, mas
estava no lugar em que Marta viera ao seu encontro.
Então os judeus que estavam com Maria em casa
para lhe apresentar condolências, ao verem-na levantar-se e sair rapidamente,
seguiram-na, pensando que se dirigia ao túmulo para chorar.
Quando chegou aonde estava Jesus, Maria, logo
que O viu, caiu-Lhe aos pés e disse-Lhe: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu
irmão não teria morrido».
Jesus, ao vê-la chorar, e vendo chorar também
os judeus que vinham com ela, comoveu-Se profundamente e perturbou-Se.
Depois perguntou: «Onde o pusestes?».
Responderam-Lhe: «Vem ver, Senhor».
E Jesus chorou.
Diziam então os judeus: «Vede como era seu
amigo».
Mas alguns deles observaram: «Então Ele, que
abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não
morresse?».
Entretanto, Jesus, intimamente comovido,
chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada.
Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu
Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias».
Disse Jesus: «Eu não te disse que, se
acreditasses, verias a glória de Deus?».
Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os
olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido.
Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei
assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me
enviaste».
Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai
para fora».
O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com
ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e
deixai-o ir».
Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus
fizera, acreditaram n’Ele.