Homilia Padre Vilson Groh (19/8/2018)
Nossa Senhora vive a
plenitude da salvação!
Quando
eu estudava me lembro de que havia uma irmã que trabalhava escondida na padaria
e que gostava de comentar sobre este texto. Dizia que quando duas mulheres se
encontram imbuídas pelo mesmo mistério, elas juntam suas forças.
Maria
é a mulher imersa neste mistério. Ela vive, acolhe e entra no mistério.
Temos
pouca experiência do encontro: não tem antes e nem depois. É simplesmente o
encontro. Antes da luminosidade do mistério, só tem eu e tu. E diante desta
luz, só tem tu.
“E
o filho nasceu e se fez carne da carne, vida da vida, que uma mulher aceitou o
mistério”.
Só
se apalpa o mistério quando se dialoga com ele. Só nos encontramos quando nossa
alma é tocada e conquistada.
Paulo
diz que ele foi conquistado pelo mistério. “O mistério não é uma coisa de
outro mundo, é simplesmente a vontade de deixar-se ser amado por este amor
escandaloso de Jesus”.
Quando
a pessoa deixa-se ser tocada ela se torna ouvinte do mistério. E isso aconteceu
com Maria. Ela é a pessoa mais ouvinte de Jesus, é ouvinte da palavra. Nasce
dentro de Maria um mistério.
Waldorf
conta: “Levei o menino para ver o mar. Diante do mistério do mar o menino emudeceu,
e depois de um tempinho disse: ajuda-me a olhar...”
Que
beleza é este infinito que enche os olhos do coração e não consigo explicar.
São como as narrativas de Jesus, todas de encontro. A vida é um encontro.
Deus
nos dá trégua quando descobrimos o mistério.
O
Papa lê a bíblia todos os dias pela manhã, das 4h às 7h. “Às vezes Jesus me diz
tantas coisas e outras, ele não me diz nada”.
Mas
o tempo é marcado para o tempo com ele, para nascer dentro de nós a gratuidade
e nos fazer abraçar o mistério do amor de uma pessoa a outra.
E
quando se entra neste mistério não se pode mais voltar.
Não
guarda pra si, divide com sintonia a sua dimensão para se confrontar com a
experiência. Por isso, a importância de um grupo para partilhar os gestos. O
mistério não precisa de palavras, mas de gestos.
O
Papa diz que o avanço do Cristianismo não é por dimensão moralista. É pela
capacidade de caminhar, sair e ir ao encontro. Partilhar os segredos, que são
os gostos. E a Igreja de saída é aquela que sai, que vai ao encontro.
Maria
é amor acolhido, Maria é amor correspondido, Maria é amor compartilhado.
Que
possamos ser fiel como o coração de Maria
Salve
Maria mãe de Deus
És
auxílio do cristão
Maria
clemente e piedosa
Volta
pra nós mãe, o teu semblante de amor
A
gratuidade já suscita dentro do coração a palavra amor!
(Confira o Evangelho
do domingo, neste link: goo.gl/gKewM1)